domingo, 29 de junho de 2014

MÁRCIA DANIELY , MÃE DE MIGUEL DE 08 ANOS





NOSSA ENTREVISTADA DE HOJE É MÁRCIA DANIELY , MÃE DE MIGUEL DE 08  ANOS , NESTA ENTREVISTA ELA NOS CONTA COMO É SUA ROTINA COM SEU FILHO AUTISTA E RELATA COMO É O ATENDIMENTO NO MUNICÍPIO EM QUE RESIDE , PARINTINS.


                    
Sejam incansáveis, sejam parceiras, pois um anjo existe em nossas vidas com um propósito Divino'' Márcia Daniely
1.Como foi descobrir que seu filho é autista e quando foi?  Na época eu ainda era professora de educação infantil, eu praticamente tinha conhecimento zero sobre autismo, conhecia um pouco sobre imperativismo, e cheguei á pensar que não tivesse tanta distinção. Não entrei em desespero, meu marido foi quem sentiu muito! E minha preocupação só ficou mais aguçada quando os sinais ficaram mais aparentes e as dificuldades foram aumentado, procuramos logo Fono, mas a profissional que até os 6 anos a fala poderia se desenvolver então que tivéssemos paciência e também só poderia iniciar um tratamento perante á um diagnostico
 



 2. Você é Professora , no que sua profissão ajudou em relação ao seu filho? Estudei normal superior, e decidi parar os estudos, por conta do tempo que eu não tinha para o meu filho,  e a profissão  consome muito o meu tempo! Porém me ajudou á perceber que meu filho não acompanhava as fases normais de desenvolvimento da criança, e dai comecei a fazer o que podia por ele em casa mesmo com o tempo restrito





 3. Sendo Professora o que você pode dizer a professoras e mediadoras sobre ter um autista em sala de aula?Quais recursos buscar para conseguir realizar atividades com autistas? Acredito que o trabalho sempre ira acontecer á medida que houver a preocupação de fazer o aluno evoluir, este é o primeiro indicativo, depois o professor ou mediador os dois juntos irão descobrir o canal de comunicação com o aluno, essa é a abertura, o lúdico, o pedagógico, a arte, a tecnologia... As atividades devem ser adaptadas ao conteúdo das aulas, não adianta passar a atividade do dia para os outros alunos e dar uma folhinha de papel pro aluno autista riscar, isso é negligencia,enrolação... Quando o professor recebe um aluno com autismo não é só seu diploma que vai fazer a diferença, é seu compromisso!! A internet está ai para ajudar, não tenho nenhum curso de especialização, de pós graduação em educação especial, mais fui estudar, pesquisar, fiz cursos e aproveitei o máximo que pude! Não pelo certificado mas sim por que queria adquirir conhecimento.


4.Na sua opinião como deve ser feita a inclusão dos autistas nas escolas ? Essa talvez a pergunta mais fácil e talvez a mais difícil de responder! Me passa um filme na minha cabeça!! O autismo tem suas variações, não existe uma formula para se trabalhar com os autistas pra pensarmos que vai dar certo! Existem métodos apenas, fazer inclusão de alunos com autismo ou qualquer outra deficiência , é somente para o profissional que TEM VONTADE, que tem disposição e compromisso pessoal com sua pratica, muitas escolas recebem alunos com autismo por força de lei, mas não incluem ele da forma correta! A mesmo direto que tem um aluno cego, de baixa visão, múltiplas deficiências tem, o aluno com autismo também tem! A diferença é que com eles se requer mais trabalho, estudo... Tem casos em que o cansaço mental e físico é extremo o que se consegue é á longo prazo e as vezes é muito pouco! E quando não há compromisso, a inclusão nunca vai acontecer.
5.Sua cidade Parintins ,possui locais para atendimento para os Autistas? Qual sua sugestão para um melhor atendimento ? Não possui nenhum centro de atendimento! aqui tem as escolas especiais, e as escolas publicas, atendimento com profissionais não tem! E é por esse centro que estou lutando! Aqui só fazem atendimento em posto de saúde! Não tem a demanda de profissionais necessários e pra melhorar a primeira coisa que tem que ser feita é ter plena consciência de que o Centro de atendimento especifico para atendimento não só de autistas mas para pessoas com deficiência é algo de extrema importância em nosso município.
  


 6.Quais terapias seu filho realiza ?Quais foram os benefícios? Não realiza nenhuma terapia, á não aquelas que fazemos em casa, meu marido e eu trabalhamos muito a coordenação motora grossa com ele no quintal da minha casa, da forma que podemos, outras vezes trabalhamos a coordenação motora fina, notamos que ele melhorou um pouco e aos poucos ganha um pouco mais de autonomia .

                                                  

   
 7.Como conheceu o Mupa ? Através de uma conterrânea, na verdade uma pessoa que ainda tem um grau de parentesco distante de mim, se chama Graça Ferreira, ela veio ano passado e trouxe um panfleto sobre o ciclo de palestra do Mupa, quando vi que o professor Rodrigo Brivio estaria presente, fiz de tudo! Eu procuro acompanhar tudo sobre autismo e já conhecia o trabalho dele através da Tv, fiquei encantada, vi a primeira e a segunda entrevista.
 
8.Indique um livro ou um filme sobre autismo. Eu gosto muito de Forrest Gump!! Rsrs tenho ele gravado na tv por assinatura, já assisti milhões de vezes, todas as vezes que vejo a cena da mãe de Forrest dizendo ao diretor da escola que tem mesmo direito dos outros alunos que não tem deficiência eu sempre me emociono e vejo nela, ela ainda diz que há sim alguma coisa que a escola possa fazer! Quanto ao livro eu começo agora a ler o livro de Fátima Dourado se chama " Autismo e Cérebro Social" recomendo.
9.Deixe um recado para as mães de autistas. Gostaria de dizer ás outras mães que, quem pode fazer a diferença na vida de nossos filhos, somos nós mesmas! Temos que ter tempo para ajuda-los em alguma coisa, ensiná-los a ter independência, não esperar tanto dos outros, devemos sim, lutar pelos seus direitos, mais a conscientização começa em casa, pois como poderia cobrar dos outros, respeito, cidadania, compromisso se não começarmos em casa? Jamais pensem que eles não são capazes ou já deu no que tinha que dar! Sejam incansáveis, sejam parceiras, pois um anjo existe em nossas vidas com um propósito Divino.


entrevistada por Priscila Amarante

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